Esse velho sentimento
O amor é uma questão de jeito
De trocar verbos
E esquecer pronomes,
De confundir palavras.
O amor precisa de manha
De riscos, de um fogo perene
De pouca sobriedade
De algum peso e nenhuma medida
O amor cai bem aos loucos
Aos desajustados,
Prefere os caminhos estranhos
De onde nem sempre saímos ilesos
Sonhar não basta
Sofrer não é o suficiente
Ser ridículo é só mais um instante
Dessa hora interminável de tempo
O amor não tolera o tédio
É piegas, profundo, desarticulado
Torto, altivo e às vezes até meio idiota
Inesperadamente desponta na noite
Chega como se fosse uma criança com frio
Não dá explicações
Simples e dissimulado escolhe
O canto que melhor lhe parece
E sem desenhar um único traço do destino
Enche o peito de coisas
Que não se consegue entender
Mas quem pode dizer-se humano
Se uma vez pelo menos
Ainda que para sentir-se no inferno
Não tenha procurado o amor?
O que nos salva
É o que nos falta
Coragem
E que tudo possa acontecer assim
Sem equilíbrio,
Sem nenhum palmo de terra
A sustentar os pés
Contando apenas
Com uma quase possível incerteza
Respirando um ar emprestado da insanidade
E acreditando que somos invencíveis
Velho sentimento
Que nos maltrata
Velho sentimento, tão antigo
Quanto os mais inacessíveis caminhos do mundo
Antonio Manoel Conceição
lindo...lindo...lindo...o que dizer perante tanta verdade, tanto sentimento...adorei seu blog...bjus carinhosos e sentimentais dessa doidinha que te gosta.......Lu.
ResponderExcluirEi, Dê!
ResponderExcluirQue honra receber a sua visita! E obrigado pelas doces palavras de carinho! Eu gostei tanto...
O seu blog é lindo; os textos são maravilhosos! Belas escolhas!
Te espero por lá! Sempre! :)
Um beijooooo.
Pedro Antônio - A TORRE MÁGICA - www.atorremagica.blogspot.com